ES 500 Anos: Um plano e cinco missões para o desenvolvimento do Espírito Santo

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Parte 3

Ao longo das últimas duas semanas, apresentamos as missões que compõem a metodologia de planejamento de longo prazo voltada para promover um Espírito Santo mais próspero e sustentável nos próximos 10 anos.

O Plano é uma iniciativa do ES em Ação, em parceria com o Governo do Estado e com o convênio da Petrobras. A consultoria Symnetics, contratada para auxiliar na elaboração do Plano, utiliza uma metodologia baseada na abordagem orientada por missões — um modelo que foca em desafios sociais com objetivos claros e prazos definidos.

Nesta terceira e última matéria da série especial “ES 500 Anos: Um plano e cinco missões para o desenvolvimento do Espírito Santo”, apresentamos as Missões 4 e 5: Sustentabilidade e Resiliência Climática e ES Ágil e Inteligente, respectivamente.

Missão 4 – Sustentabilidade e Resiliência Climática

A Missão 4 tem como principal objetivo consolidar o Espírito Santo como referência em sustentabilidade, circularidade e conservação ambiental, avançando para uma economia de baixo carbono e garantindo a resiliência dos territórios frente aos riscos climáticos.

Para alcançar esse objetivo, serão implementadas ações com base nas seguintes metas:

  • Reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE);
  • Ampliar a cobertura florestal no estado;
  • Aumentar a recuperação de resíduos sólidos urbanos;
  • Expandir o número de municípios com Planos Municipais de Adaptação e Redução de Riscos às Mudanças Climáticas.

Pensar em sustentabilidade é buscar alternativas para o uso consciente dos recursos naturais, garantindo o atendimento às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações. Já a circularidade propõe um novo modelo de produção e consumo, no qual os materiais são reutilizados, reciclados e reinseridos no ciclo produtivo, reduzindo o desperdício e os impactos ambientais. Esses conceitos são fundamentais para a construção de uma economia de baixo carbono, voltada ao enfrentamento das mudanças climáticas.

“Esta missão busca promover um desenvolvimento sustentado em uma economia circular e em práticas de conservação e regeneração ambiental, avançando para um cenário de baixo carbono e preparando nossa sociedade para ser mais resiliente aos riscos climáticos — e para aproveitar as oportunidades que surgem a partir desse cenário”, reforça Paulo Cezar Silva, consultor do ES em Ação e CEO da Irradiare Consultoria em Sustentabilidade.

No Espírito Santo, diversas iniciativas já estão em andamento com o objetivo de reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Uma delas é a criação do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, presidido pelo governador Renato Casagrande. As decisões do Fórum são embasadas pelas orientações técnicas da Comissão Estadual de Mudanças Climáticas, que propõe ações integradas no Plano Estadual de Mudanças Climáticas — um conjunto de estratégias que orientam a atuação do estado frente aos desafios climáticos.

O Espírito Santo também aderiu oficialmente às campanhas “Race to Zero” e “Race to Resilience”, da Organização das Nações Unidas (ONU), assumindo o compromisso de neutralizar suas emissões de GEE até 2050 e fortalecer a resiliência climática. Para atingir essas metas, torna-se fundamental o desenvolvimento de estratégias e políticas públicas que viabilizem a transição para uma economia de baixo carbono.

Entre as iniciativas em curso, destacam-se o Plano Estadual de Descarbonização, lançado no início de 2024, e a elaboração do Plano Estadual de Adaptação Climática e do Fundo de Descarbonização, ambos essenciais para dar suporte a uma resposta climática estruturada e efetiva.

Além das ações no setor público, a indústria também desempenha papel estratégico na transição energética. O uso do gás natural, por exemplo, tem se destacado por ser uma alternativa com menor emissão de poluentes e gases de efeito estufa, especialmente nos setores de geração de energia e transporte.

“O gás natural desponta como uma fonte estratégica e essencial para a transição energética, por ser um combustível de menor intensidade de emissão e viável no curto e médio prazo. Para que essas alternativas energéticas se tornem realidade nos próximos anos, é fundamental que esse caminho comece a ser construído desde já”, ressalta Guilherme Cabral, gerente de Planejamento de Expansão da Energisa/ES Gás.

Missão 5 – ES Ágil e Inteligente

No contexto do plano ES 500 Anos, a Missão 5 prevê que o Espírito Santo seja reconhecido como um dos estados mais eficientes, contemporâneos e fiscalmente responsáveis do país, destacando-se por sua ampla comunidade digital participativa e pelo fortalecimento institucional.

As principais metas da missão incluem:

  • Manter a liderança como o estado mais transparente na governança pública do Brasil;
  • Ampliar a oferta de serviços públicos digitais;
  • Melhorar a eficiência da gestão pública;
  • Manter a classificação A+ para as finanças estaduais;
  • Promover o desenvolvimento municipal;
  • Ampliar a competitividade do estado.

O que é um “Estado Inteligente”?
O conceito de “Estado inteligente” tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente no contexto da transformação digital e da modernização da gestão pública. De forma geral, trata-se de um estado que utiliza tecnologia, dados e inovação de forma estratégica para melhorar a vida dos cidadãos, otimizar serviços e tomar decisões mais assertivas.

Segundo Dario Azevedo, professor da UFES, para que o Espírito Santo avance de forma consistente, é preciso garantir acesso pleno à informação digital:

“Para sermos de fato um estado inteligente, é essencial garantir acesso à internet onde a população está: nos transportes, escolas, pontos turísticos e prédios públicos. Isso não pode ficar só no discurso — é uma questão de inclusão e desenvolvimento.”

Azevedo também destaca a importância da educação nesse processo de transformação. Para ele, o modelo tradicional de ensino já não atende às demandas do mundo atual, e é fundamental integrar a educação às potencialidades econômicas locais e às novas tecnologias.

“A educação precisa acompanhar as transformações do mundo atual. O modelo tradicional está defasado, e é essencial integrar o ensino às potencialidades do estado, como o turismo e a tecnologia. Iniciativas que aproximam os estudantes da inteligência artificial e de áreas estratégicas são fundamentais para prepará-los para os desafios do presente e do futuro.”

Já para Nara Caliman, gerente do Laboratório de Inovação na Gestão (LAB.ges), da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (SEGER), o planejamento é peça-chave para que a transformação aconteça:

“O Planejamento ES 500 Anos nos inspira a avançar para um estado mais conectado, eficiente, inclusivo e sustentável. Nossa expectativa é seguir alinhados a essa visão, contribuindo para difundir tecnologias de gestão, resolver desafios urgentes e impulsionar o desenvolvimento de capacidades que permitam transformar a gestão pública. Os desafios são significativos — desde integrar tecnologias com segurança e escala, até superar resistências culturais e garantir que a inovação não deixe ninguém para trás. Mas, com planejamento, colaboração e participação social, estamos fortalecendo as bases para um Espírito Santo mais ágil, transparente e preparado para o futuro.”

Comunidade ES 500 Anos

A sociedade capixaba também pode participar ativamente das discussões e da construção do futuro do estado por meio da Comunidade ES 500 Anos — um espaço digital de inteligência coletiva e participação social, que reúne pessoas engajadas com a transformação do Espírito Santo.

A diversidade e pluralidade de vozes nessa comunidade ajudarão a criar soluções inovadoras e estratégias concretas para os próximos anos. Para participar, basta clicar aqui, selecionar a opção “Quero ser membro” e dar o primeiro passo para se tornar parte dessa rede de transformação.