Especialistas de segurança, inteligência e defesa civil debatem às adaptações e mudanças climáticas

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Nos últimos anos, com a frequência e o aumento da intensidade de fenômenos climáticos extremos, a adaptação às mudanças climáticas se torna essencial para proteger a população e reduzir a sua exposição ao risco.

A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-29), realizada em Baku, Azerbaijão, destacou a adaptação climática como um dos pilares no enfrentamento dos desafios pelas mudanças climáticas.

O financiamento para medidas de adaptação e a transferência de tecnologia e inovação em soluções climáticas foram citados como alternativas para enfrentar os impactos dos eventos climáticos extremos de forma eficaz. O assunto foi discutido no XVI Simpósio de Inteligência realizado pela Rede Capixaba de Inteligência (RCI) e pelo ES em Ação.

O evento reuniu cerca de 70 pessoas no auditório do Centro de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), nos dias 28 e 29 de novembro, em Vitória, e destacou o tema “Defesa Civil e Adaptação às Mudanças Climáticas”. O objetivo foi debater os desafios impostos pelas transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima.

A coordenadora da Rede Capixaba de Inteligência e chefe da terceira Regional da Serra, Inês Loss, pontua sobre a importância do tema. “O Simpósio é extremamente importante pra a RCI, pois a cada ano aborda um assunto que em destaque no Brasil ou no mundo. Este ano estamos com o tema das mudanças climáticas, que também foi assunto da COP 29, e que é importante para todos. Aqui, estão reunidos especialistas e profissionais, de diversas empresas e instituições, que abordam desde a conscientização até a prevenção e mitigação em situações de desastre”.

Conferências de abertura

As mudanças climáticas, as ações de preparo, os investimentos previstos para a área ambiental no Estado foram destacados nas palestras do subsecretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Robson Monteiro, e do subcomandante geral do CBMES, Coronel Washington Ferreira Dias.

O subsecretário Robson Monteiro destacou a oportunidade de ampliar a discussão sobre o tema. “É um tema que vai invariavelmente atingir a todos, não importa em que extrato da sociedade. E, pensar principalmente as estratégias de adaptação – que tem uma correlação direta com as políticas de segurança e de inteligência – e provocar uma reflexão nesse público qualificado, tem uma relevância muito grande, na medida em que desse grupo pode advir sugestões e propositoras futuras para a construção do plano”, destaca.

A integração das instituições públicas e privadas para agir em situações de desastres e oferecer mais segurança para a sociedade foi destaca pelo subcomandante geral do CBMES, Coronel Washington Ferreira Dias. “É importante que todas as instituições estejam envolvidas, conversando sobre esse tema. O Simpósio vem somar nesse esforço de buscar e trazer medidas tranquilizadora para a sociedade e encontrar as melhores soluções para a sociedade”, ressalta.

Case Rio Grande do Sul

As fortes que atingiram o Rio Grande Sul este ano, o trabalho e o processo de recuperação que está sendo realizado no estado foi destacado pelo subchefe-adjunto da Casa Militar de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul (RS), Daniel Silva, tenente coronel da Polícia Militar do RS.

Em menos de um ano o estado gaúcho sofreu 10 eventos climáticos extremos. Mas, o cenário mudou com as chuvas persistentes e em grandes volumes de abril e maio que provocaram a maior catástrofe climática no Rio Grande do Sul.

Ao todo, foram afetados 478 municípios dos 497, representando 96% do estado, segundo Silva, acarretando mais de 2,3 milhões pessoas atingidas, de 150 mil desalojados e de 4 mil pessoas em abrigos.

“O grande desafio, pode-se dizer, é o aproveitamento dos recursos humanos da melhor forma aproveitando as pessoas onde elas poderiam dar o melhor possível fora o próprio desastre, que exigiu um esforço gigante tanto de resposta de socorro, de ajuda humanitária, de logística, bem grande e de bastante planejamento”, destacou.

Segundo Daniel, o Estado está em fase de recuperação, “que é ágil e lento, ao mesmo tempo, uma vez que isso depende de uma série de vistorias e trabalhos técnicos”.

Adaptações Climáticas

Também participaram do Simpósio o engenheiro florestal na Reserva Natural Vale, Tiago de Oliveira Godinho; o representante do Núcleo de Inteligência e Informação do Centro Soberania & Clima, Antônio Augusto Muniz de Carvalho; o professor e mestre do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Denilton Macário; e subsecretário de Estado de Comando e Inovação da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), Guilherme Pacífico, no painel “Defesa Civil e adaptação às mudanças climáticas – ações de prevenção, mitigação e preparação”.

O Simpósio é voltado para lideranças da área de segurança e inteligência pública e privada e interessados na temática. O evento tem o patrocínio da Vale e apoio do Corpo de Bombeiros e da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).

Você conhece a RCI?

A Rede Capixaba de Inteligência (RCI) é formada por profissionais das áreas de segurança e inteligência de organizações com atuação no Espírito Santo, representando os segmentos públicos e privados. Sua missão é contribuir com conhecimento e compartilhar dados para o atendimento às demandas institucionais e empresariais, em prol do bem-estar da sociedade.

A RCI promove encontros presenciais de diversas modalidades, como reuniões, simpósios, visitas institucionais e afins, que propiciem troca de informações relevantes e produção de conteúdo intelectual condizentes com a área de segurança. Além disso, promove networking entre os principais atores e empresas/instituições da área.