Artigo: Educação e Desenvolvimento

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É comum ouvir falar do papel da economia para se ter um país próspero. Quando lemos sobre as relações necessárias para que haja ambiente favorável a esse crescimento econômico, os itens que normalmente se destacam são a segurança política e o investimento externo. Hoje, no entanto, gostaria de abordar de um terceiro item pouco falado e que, no longo prazo, impacta de forma significativa o desenvolvimento econômico do país: a educação da população. 

Para perceber a importância desse item para economia, é necessário entender que, além de máquinas e matérias-primas, as empresas e os negócios são formados por pessoas. Dessa forma, a capacidade de raciocínio e as habilidades desenvolvidas em uma população impactará diretamente a qualidade das interações e, principalmente, na entrega de resultados.  

O primeiro ponto perceptível é quanto à capacidade técnica das equipes de trabalho de todos os âmbitos. Liderar e promover capacitação técnica torna-se mais difícil quando não se tem um time com boa capacidade de leitura, interpretação e raciocínio lógico. Dessa forma, a qualidade e a velocidade do serviço prestado por um negócio são afetadas pela capacidade produtiva do capital humano disponível. Esse, por sua vez, será tão bom quanto a qualidade da educação oferecida à população.

Outro fator relevante para a economia é a capacidade de inovação. Pessoas com conhecimento e habilidades básicas desenvolvidas possuem maior probabilidade de identificar e resolver problemas. Com isso, as chances de aumentar a oferta e diversidade de tecnologias, serviços e produtos aumenta significativamente quando competências básicas são desenvolvidas ainda nas escolas. Além disso, a transmissão de conhecimento em uma sociedade educada é mais simples. Compreender e processar novas informações, assim como implementar novas tecnologias e analisar os seus resultados, passa a ser mais fácil e recorrente. 

Por outro lado, a falta de conhecimento da força de trabalho, assim como dos consumidores, pode levar ao atraso de desenvolvimento de tecnologia e mecanização de trabalhos simples. Como exemplo, podem-se citar lojas 100% digitais ou equipamentos de campo automatizados: tais inovações só serão possíveis com pessoas capazes de ler, identificar e interagir com as novas tecnologias. Dessa forma, a falta de capacitação da população pode ser um grande impedimento para o desenvolvimento local. 

Por fim, a qualidade da educação oferecida a uma população será cada vez mais impactante na produtividade e no desenvolvimento econômico dos países. Estudos realizados entre 1960 e 2000 já indicavam uma relação direta entre a nota dos países nas avaliações internacionais e o crescimento da economia. Quando pensamos em termos atuais, em que os trabalhos operacionais serão cada vez mais mecanizados, o fator educação se torna cada vez mais importante. Desse modo, é provável que países onde a qualidade da educação continuar baixa sigam, também, com um desenvolvimento econômico mais lento.

Lara Ghiotto

Articuladora de Políticas Públicas do ES em Ação

Associada II do Instituto Líderes do Amanhã